domingo, 27 de julho de 2008

TUDO QUE VI NO FIM-DE-SEMANA (E OLHA QUE FOI MUITO)

Roma (2a. temporada): a HBO tem fama de ser ousada em seus seriados. Desde que foi criada, parece mandar às favas os censores, os politicamente corretos e as senhoras de Santana americanas para desenvolver grandes séries e obras de indiscutível valor. Na década de 70, teve a coragem para mostrar um show do comediante George Carlin, onde este apresentava as 7 palavras proibidas de aparecer na TV (shit, piss, fuck, cunt, cocksucker, motherfucker e tits. Só por curiosidade ainda existem outras 3 consideradas auxiliares: fart, turd e twat). Produziu Deadwood, o seriado com mais palavrões na história da TV (só fuck e seus derivados foram falados 2.980 vezes), trouxe Os Sopranos, Band of Brothers e agora Mad Men.
Essa longa introdução serve para apresentar ROMA. Porque quando a HBO resolve mostrar o que era o império romano, prepare-se porque toda maledicência, tara, distorção moral e absoluta fidelidade à história. Dividida em duas temporadas, ROMA mostra a ascensão e morte de Júlio César na primeira e a guerra entre Marco Antônio e Caio Otávio (futuro César Augusto) na segunda. A grande sacada, porém foi ver essas situações históricas do ponto de vista de dois personagens reais, mas meros notas-de-rodapé da história: o correto centurião Lucius Vorenus e seu parceiro de lutas, o legionário bondoso e agressivo Titus Pullo. Outra maravilhosa criação foi utilizar atores ingleses e seus sotaques já mostram qual a posição social que ocupavam (os membros das gangues de assassinos do Aventino, espécie de máfia do porto de Roma, falam com sotaque mais puxado para cockney, típico de Liverpool e da Irlanda). É muito interessante aprender sobre as intrigas, os covardes, a política local, a condição de escravo, a condição de escravo liberto, e a sujeira que as ruas mostravam (urina, lixo e fezes em tudo quanto é lugar). Também me diverti muito com o orador oficial do império, que, na frente do Fórum, contava as notícias ao povo como um telejornal faz hoje. Detalhe: com propagandas também! Para que gosta de história, é um prato cheio. Só estranhei uma coisa paesar de todo o detalhismo: eles tratam Gália (que hoje é França) por Gália mesmo, mas citam Espanha (e não Hispânia), Portugal (ao invés de Lusitânia) e Alemanha (ao invés de Germânia). Tremendo furo! Em tempo: a capital do Império foi o maior cenário já feito para uma série de TV e pegou fogo depois.

O Balconista II: em 1994, o então desconhecido Kevin Smith produziu uma pérola moderna do cinema chamada Clerks. Custou US$ 26.000 com dinheiro emprestado da família e fez um tremendo sucesso, porque é, no mínimo, genial. Em 2006, em homenagem ao filme, Smith faz essa continuação. É divertida, engraçada, tocante, mas não chega aos pés do primeiro. Tem diálogos de chorar de rir, como a discussão entre fãs de Star Wars e de Senhor dos Anéis (Smith é fanático pelos filmes de George Lucas), tem situações extremas e engraçadíssimas como o show de bestialismo, mas faltou a novidade. Vale a pena ver. Mesmo porque tem Rosário Dawson, mas não espere muito.



Rocky Balboa: vi na TV a cabo o famoso Rocky velho e por incrível que pareça, gostei. Não sou fã do Sly, mas o cara conseguiu fazer um bom entretenimento, porque resgatou aquele Rocky do primeiro filme: o italiano bronco, tímido, deslocado e bom lutador. Nesse reencontro quis provar que idade não te mata, só te deixa mais forte e que sim, há a possibilidade de se reconquistar coisas do passado, apesar de ninguém te dar força para isso. É bem-feitinho e em alguns momentos surpreende. Pena que o cara foi mexer no vespeiro do Rambo de novo. By the way, gosto do Copland, do O Demolidor (com Wesley Snipes) e daquele filme passado nas montanhas (esqueci o nome), todos com o Stalonne. Tem que ser macho para dizer isso! Ah....o Peter Petrelli de Heroes faz o filho do Rocky.

Duro de matar 4.0: achei uma porcaria. Ri algumas vezes, mas considerei que esse retorno foi muito forçado demais, com piadinhas sem graça, um vilão sem carisma e Bruce Willis neurótico. Se Star Trek tem a maldição ds filmes ímpares, Duro de matar tem com os pares, porque o primeiro e o terceiro são ótimos. Enough said!




Um comentário:

Marcelo Tadeu disse...

Caraca... viu coisa mesmo!!